16.8.13

716 pedaços esquecidos de mim

Pássaros na corda bamba, uma das fotos nunca vistas


Acabo de encontrar 716 pedaços de mim que estavam perdidos e esquecidos. Ou melhor, 716 frames de memória deletados de minhas lembranças. Lembrei daquele filme fantástico Eternal Sunshine of the Spotless Mind (Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças) – pelo esquecimento em si. Foi surreal. 

Há dias minha mesa do trabalho está uma zona (pelo menos, há quem diga que mesa desorganizada estimula a criatividade) e hoje resolvi arrumar. Apesar de muitos papéis, publicações, pastas, utensílios de escritório, um cacto recém comprado, etc etc, já havia reparado num CD, sem capinha, literalmente abandonado no meio das coisas. Ia jogá-lo fora, sem nem ver o conteúdo, pois há uma semana peguei alguns CDs da gaveta em busca de algum virgem, para uma gravação e ele estava no meio, no maior relaxo. Todas as minhas mídias importantes estão etiquetadas e aquele CD largado não parecia nada meu. Ok. Por precaução e curiosidade (jamais conseguiria jogar fora sem checar) fui dar uma olhada. E lá estavam 716 fotos de uma viagem sensacional, que fiz numa época sensacional, com uma pessoa que, naquele momento, me era sensacional.  

Caraca! O pior não foi o susto de pensar “o que isso está fazendo aqui?”, mas o susto de ir passando as fotos e não me recordar de ter visto qualquer uma delas. Fui me lembrando dos momentos em que foram feitas a maioria, mas com absoluta convicção, afirmo, que nunca tinha visto nenhuma. Deu até um calafrio estranho, uma leve queda na pressão.
Vi nas propriedades das fotos que a viagem datava de dezembro de 2008 e, não por acaso, este mês deste ano foi um divisor de águas na minha vida. E por coincidência (ou não) há alguns meses venho pensando sobre minha vida pré e pós dezembro de 2008, nada a ver com a viagem e tal, mas com o que eu era, como eu vivia, o que eu fazia, o que eu pensava, o que eu prospectava pro meu futuro antes desse tempo e hoje.

Caceta! E veja só: antes de descobrir essa cápsula do tempo estranha havia trocado três micro mensagens com um amigo pelo whatsapp e ele me dizia de forma imperativa: “Liberte-se! Siga seus sonhos” e, na seqüência, minha mãe me liga, totalmente fora de hora, para perguntar “está tudo bem com você, filha? Te achei distante...”.

Muito doido tudo isso. Místicos diriam serem sinais de mudanças, entusiastas da neurolinguística apostariam na Lei da Atração, físicos me dariam aula da Teoria do Caos e supersticiosos me mandariam não pensar mais nisso, bater três vezes na madeira, fazer o sinal da cruz quando eu vir um gato preto, porque é tudo culpa do mês de agosto. Eu vou pensar a respeito e observar o mundo de olhos bem abertos, com a mente quieta e o coração tranqüilo, mesmo com a alma ressabiada.

Algumas das fotos...


Essa é minha preferida dentre as achadas. Seilá porque o blogger não me deixa virá-la.
 
Quem, em sã consciência, posa assim, tão cafona? #melhorei



Feliz. Acima e avante!

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