3.1.13

Gravata amarela



Precisava comprar escova, pasta de dentes e remédio para dor de cabeça depois do trabalho, mas resolveu parar numa farmácia na hora do almoço. Reclamou mentalmente no fim da fila de meia dúzia de pessoas, do único caixa funcionando “vou me atrasar, deveria ter passado aqui saindo do trabalho”. Com cara de poucos amigos, desviou o olhar para se distrair com o movimento da rua enquanto a mulher da frente revirava a bolsa baú para achar o cartão perdido, a fim de pagar a conta. Grata surpresa! Lá estava ele, de camisa listrada e gravata amarela, descendo a rua correndo e rindo. Parou um carro no meio da rua, entrou e sumiu. Ela suspirou e, de repente, pior que estar na fila molenga do caixa da farmácia era estar longe da gravata amarela. Respirou fundo e decidiu transformar a cena numa memória antiga e guardar numa gaveta bem escondida. Moral da estória: se o plano é passar na farmácia após o trabalho, não mude a rotina! 

2 comentários:

Junior/Ju/menino/Carlão disse...

Olha ai! Contos, agora

ana claudia disse...

curti ;)