13.8.08

às 14h20, no elevador

De longe notei a presença dela. Apesar de não passar de um metro e meio de altura, já era grande. Usava sandália com salto, tinha uma bolsa vermelha de verniz supermoderna e nos lábios contornados de rosa, muito gloss. Uma presilha de strass adornava os cabelos claros e um lenço de poás, o pescoço. Entrou no elevador com toda delicadeza e elegância que só uma verdadeira lady pode fazer notar e, educadamente, deu boa tarde a todos que também estavam ali, espremidos mais para o fundo. Os olhos brilhavam e percebi uma mistura de surpresa e timidez. Quando a porta se fechou e o solavanco se deu (coisa que só antigos elevadores ainda fazem com esmero) ela gargalhou e apertou firme a mão da mãe. Apesar de toda estampa, era mesmo só uma menininha que se divertia com algo novo e diferente. Com certeza, se não tivesse mais gente ali ela teria pulado, esquecendo que usava saia e que queria ser gente grande.

Um comentário:

Anônimo disse...

Thais
Não concordo com crianças quererem transformar-se em adulto , prematuramente, temos que dar tempo ao tempo e naturalmente chegarmos à adolescencência...
Seu pai, Paulo