
É estranho quando um ícone morre. Parece que só quem sente dor são pessoas comuns, como eu, meus amigos, conhecidos. De repente uma doença se apodera e faz calar.
Lembro que já havia ouvido o tenor Luciano Pavarotti muitas vezes, mas a primeira que me emocionei foi com Miss Sarajevo. No momento que era ouvida e o show beneficente visto ao vivo pela TV, a situação, a letra, a música eram lindas. Bono estava lá, emprestando seu charme e fortalecendo seu posicionamento filantrópico diante de um cenário triste de guerra... mas o que fez a diferença, o que deu significado àquela música que marcava um momento histórico foi mesmo a expressão do sentimento despejado de forma violenta, grave, poderosa e sem abafadores, na voz de Pavarotti.
Foi quando ele entrou na música quebrando o ritmo baixo e delicado que Bono dava à canção, que eu desmoronei e creio que o mundo sentiu o real significado de tudo aquilo, assim como eu. Se Pavarotti fez diferença na música lírica pelo seu talento e técnica, para mim ele fez diferença quando suas notas tocaram forte meu coração. As cortinas se fecharam, mas ele soube fazer a diferença e ganhou a imortalidade.
E na paz.
Foto: Jason Szenes/EFE -14.mar.2004
Aqui, no álbum do Uol
(atualizado às 19h)
obs.: Escrevi merda. O show que tenho na memória foi o Pavarotti And Friends (o vídeo é esse aí). A música foi feita para um documentário sobre a guerra na Bósnia e dá referências do concurso da Miss Sarajevo, que foi realmente realizado em plena guerra para chamar a atenção das autoridades européias aos horrores que estavam acontecendo em Sarajevo. No desfile as candidatas entraram na passarela com um cartaz que dizia: "Não deixem que eles nos matem", cena que estampou muitas primeiras páginas de jornais. Nada como Google e Wikipédia para checar gafes. Mas sim, ouve arrecadações e movimentações antiguerra. É isso. Haveria ainda muito o que dizer... mas fica pra próxima.
5 comentários:
Putz, impossível não concordar com você... E eu, que também me emocionei pacas quando ouvi Bono acompanhando-o na música - porque dizer o contrário até dá pra dizer mas eu prefiro que não.
Ficou intenso isso, e não sei o que devo fazer é falar, falar, falar ou, calar, simplesmente calar - acho que é a segunda opção, né?
Beijos - bom feriado,
Calebe
P.S.: depois venho ler o atrasado, porque gosto das suas letras e faz tempo não apareço, passei só para dar um olá e desejar bom feriado.
Até mais!
Obrigada, Calebe. Um ótimo feriado para você também!
Miss Saravejo...
Tá vendo! Esse post só deu forass! ahahah
Postar um comentário