Espaço reaberto pós longo período aposentado. Este é um lugar onde paro para pensar o que vem à mente, sem arredondar. Já foi uma gaveta; já foi um tupperware, daqueles que a gente fecha bem as idéias e põe na geladeira, guardando o que queremos preparar mais para frente. É relevante, tem motivo de estar, mas não está pronto. Superficial. Superfácil, Só prefácio. Superfacial, está na cara, mas só ali (aqui). As vezes, até consigo enxergar a lua pela fresta do telhado.
7.8.07
Página dois
A foto 3x4 que antes estava na carteira agora ocupava o fundo da lixeira do banheiro, e aos pedacinhos. Três porta-retratos estavam virados. Depois de enxugar as lágrimas na pia decidiu sair. Olhou-se no espelho. Virou e olhou por outro ângulo. Levantou um pouco a gola, ajeitou-a. Experimentou um colar, mas achou melhor ficar sem. Trocou os brincos por outros menores e aplicou apenas gloss incolor sobre os lábios. Prendou os cabelos em um rabo de cavalo, mas deixou uma franja bem pesada sobre a testa, que ajudava a delinear o rosto. A calça verde musgo estava mais larga e ela sorriu. O decote era discreto, não agredia outras mulheres e não provocava os homens. Era morno, mas muito feminino. Entrou nos saltos finos do sapato brilhante de verniz preto e sentiu-se poderosa. “E ainda é confortável”, se enganava propositalmente. Já com a mão na maçaneta da porta da frente, resolveu voltar. Soltou os cabelos, aumentou o decote, o tamanho dos brincos e borrifou seu melhor perfume. Agora sim podia abrir a porta, tinha tomado as decisões corretas.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário